Eu realmente ando a passar ao lado de uma grande carreira enquanto poetisa

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

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A ti,
De quem ouvi,
Bem mais do que uma lamúria
Desconhecendo essa tua amoralidade,
Levai agora com a fúria
Do unicórnio da amizade!


Tu que não tens vergonha na cara,
Tens mais orgulho em teus socavos
Que em meus ombros encharcados
Das tuas lágrimas de crocodilo
Sempre que estás com os vinagres,
E mais aquela cerveja entornada no bairro
Que ainda por cima era Sagres


A ti, que faltas ao meu aniversário
Porque mais te importas com os outros e não comigo
A ti, que te esqueceste da promessa
Porque só olhas para o suor do teu umbigo
Nunca me esquecerei.
Como diz o Cristo,
"Tomai e tomei"
Nos vossos rabos colossais.
Para o ano há mais.



Como incluir o Edward Scissorhands e a Fátima Lopes no mesmo post

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

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 Uma pessoa (ou melhor, eu) entra no salão de cabeleireiro a pensar "entro aqui em modo estudante de engenharia e hei-de sair daqui em modo estudante de ciências da comunicação, me aguardem". E afinal sai de lá em modo Britney-Spears-meltdown. Pronto, estou a exagerar, eu não tinha um guarda-chuva à mão. Eu explico.
 Percebi logo que aquilo não ia correr bem quando entro no cabeleireiro e aquilo estava mais para um infantário. Aparentemente tinha havido greve na escola, e a criançada quer do staff quer dos clientes estava por ali a brincar aos jardins zoológicos. Ainda mais azul fiquei quando, apesar de ter chegado à hora que a senhora cabeleireira me pediu ( uma hora extremamente concreta chamada "Venha às 18h para cortar, mas chegue um bocadinho antes para fazermos a depilação") e ela está ali perante todo um brushing prestes a começar.
  Lá fui eu à procura de uma revista Maria para me entreter. Iniciei portanto a minha demanda por tentar encontrar uma revista que fosse pelo menos do ano 2016 e... milagre dos milagres, apareceu-me uma revista desta semana. Ainda fiquei ali muito tempo a ler e reler a data, para ter a certeza que os meus olhos não me traíam e que afinal aquilo não era de 2006 ou assim. Mas era mesmo desta semana! E com o Cláudio Ramos na capa a prometer 25 páginas de leitura de qualidade, o máximo!
 Três solstícios depois sou chamada para me sentar na cadeira das lavagens. Na cadeira ao lado, a filha da cabeleireira empoleirada a gritar-me ao ouvido. E, por cima de mim, a cabeleireira a gritar também com a filha. E eu ali a dar a melhor poker face perante a saúde de tal família. Ainda achei que a senhora ia ser esperta o suficiente para compreender que uma criança de 4 anos não fica quieta só porque os pais a mandam, mas que o sucesso eventualmente advém quando lhe passam para a mão um papel e uma caneta, um livro de colorir ou assim na loucura, um tablet com jogos. Mas não, a senhora continuou a achar que eficaz-eficaz é berrar e ameaçar a uma criança que ou fica quieta ou apanha e que nunca mais volta para ali.
 Passamos então à cadeira do corte, escoltadas pela pirralha. A cabeleireira não faz ideia do que é um Bob (mas que cabeleireira é que chega a 2016 em saber o que é um Bob??? Alô, Kylie Jenner, já ouviu falar?). Eu tentei explicar. Ela pareceu perceber. Afinal não percebeu, e cortou-me o cabelo de uma maneira... bem... a melhor descrição que eu consigo fazer é: um corte de cabelo igual ao da Fátima Lopes há uns bons atrás, mas invertido - mais curto atrás do que à frente. Conseguem imaginar? A sorte dela foi que, como eu não pedi pra fazer brushing, não me apercebi daquele desastre com o cabelo molhado.
 Passando à salinha da esteticista, a qual está de baixa, foi a mesma senhora a fazer-me as sobrancelhas. E sendo a mesma senhora, claro que a filhota veio atrás. E esteve ali o tempo todo, a sussurrar ao meu ouvido "mãe, tenho fome, mãe posso ir à casa-de-banho?, Mãe quando é que vamos pra casa? Mãe que horas são?". Eu só pensava "ainda bem que vi só fazer as sobrancelhas, ora imagina que eu vinha fazer as virilhas?".
 Fugi dali a correr, cheguei a casa, deparei-me com o Fátima-Lopes-invertido, tive um derrame cerebral, entretanto recuperei, peguei na tesoura e cortei o meu próprio cabelo. E acho que não ficou nada mal. Ou pelo menos, pior era impossível. Até agora ainda ninguém me perguntou nada e quando pergunto se se nota que cortei o cabelo todos me dizem "não estava já assim?" portanto acho que ficou óptimo.
 Fica a dica para a minha ex-cabeleireira (sim ex, nem mais um telefonema te faço, sua incompetente): ainda abro o meu próprio salão, onde farei cortes de cabelo muito melhores do que tu e onde vou ter cubinhos e puzzles para manter as crianças entretidas em vez de precisarem de chatear os clientes. Beijinho!

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