Crónica de uma anti-festivaleira

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

 Estive no último fim-de-semana do festival músicas do Mundo, em Sines.
 Foi bom ter estado três dias a observar a fauna freak no seu habitat natural. Descobri que freak que é freak não perde tempo a montar tendas - o parque de campismo parecia ter sido completamente patrocinado pela Quechua tal era a quantidade daquelas malditas tendas que se montam em 2 segundos e se desmontam em 45 minutos - e quebro aqui já o mito de que os rastas não tomam banho! É M-E-N-T-I-R-A, meus amigos, acreditem em mim que eu estive lá 80 minutos na bicha para os chuveiros e aquela fila não andava nem desandava. Os gajos não só tomam banho como demoram que se fartam - na verdade não sei se eu não estive apenas perante o fenómeno do banho anual do rasta, mas sem provas de contrário, defenderei que eles tomam banho.
 A grande tendência da moda freak deste ano foram os cabelos pintados com cores não disponíveis pela natureza (leia-se cor-de-rosa-pastilha, azul-wanda-stuart, verde-sapo-cocas, etc).
 Mas perdoem-me se pareceu que eu não gosto da companhia desta fauna urbana porque gosto sim, senhor. Gosto de partilhar este festival com eles porque são muito melhor companhia do que as pitas que frequentam os outros festivais mais mainstream com bilhetes ganhos no facebook para ouvir os Depeche Mode tocar "aquela música dos Marilyn Manson"...
 Digamos que no FMM há um rácio muito maior de espectadores civilizados em comparação com o número de espectadores que "só estão ali para filmar o concerto integralmente"
  Em vez dos stands de merchandising de tudo quando é operadora de telecomunicações, de puffs, paredes de escalada, bancas de publicidade de e concursos de karaoke para entrar à borla na zona VIP,  no FMM há bancas clandestinas de "Vendo mortalhas 0,50€". Nem sequer há zona VIP!
 E o melhor de tudo ainda é a música. Os miúdos de hoje em dia acham que "música alternativa" é Bon Iver e Sigur Rós, desconhecendo o conceito de gipsy-jazz, afro-rock, hip-hop eletrónico indiano e tantas outras sonoridades esquizofrénicas que ali vão a palco.
 Portanto se ainda não experimentaram, vão já orientando as vossas vidas para marcarem férias na última semana de Julho de 2014.

2 micoses:

Ritinha disse...

O meu irmão também foi, e o meu namorado foi o ano passado, adoraram. Eu não sou grande amiga de festivais, aliás dispenso-os muito bem, e a cena do acampamento ainda me desmotiva mais, não fui feita para acampar, nunca experimentei, mas eu gosto do meu conforto e de fazer a minha higiene quando quero e como quero :p

Maria Amêndoa disse...

Se já não gostas de acampamentos, não te aconselharia muito o parque de campismo disponibilizado pelo festival, Ritinha. É uma das poucas coisas que acho que a organização podia melhorar um bocadinho. Tem a grande vantagem de ser grátis (coisas raríssima hoje em dia) mas a contrapartida é que obviamente, sendo grátis não tem grandes condições. Limpeza pouca ou nenhuma, casas de banho com condições fracas, banhos só de água fria... Mas pronto, eu como sou pobretanas não me importo de me contentar com pouco :P

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