Coçado por
Maria Amêndoa
sábado, 8 de agosto de 2015
à(s) 08:04 2 micoses Etiquetas: fotografia gráfica- Quando vens cá a casa? Quero mostrar-te uma coisa no computador.
- Quando vens tu sair comigo? Quero mostrar-te muitas coisas na vida real.
Das corridas
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Maria Amêndoa
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
à(s) 07:05 1 micoses Etiquetas: Só porque simEu adoro correr, adoro adoro adoro. Mas o facto de viver onde vivo (e ter o pouco tempo que tenho) desmoraliza demais as corridas.
Primeiro porque, por alguma razão, Lisboa é a cidade das sete colinas. Ainda não encontrei um parque no meio da cidade que não me obrigasse a fazer corridas em inclinações que me fazem querer deitar os pulmões para o chão logo ali.
Saudosos são os tempos em que corria à beira-Tejo em Belém, mas agora que vivo mais longe não me compensa perder quase mais tempo no trânsito/transportes do que na corrida que faria no sítio.
Por exclusão de partes, lá corro eu então pelas ruas fora. O que também não me parece muito eficiente porque acho que o ar do centro da cidade que inalo com real intenção enquanto corro durante uma meia horita deve ser equivalente a fumar um maço de charutos. Fico a pensar que esta coisa das corridas se calhar não acaba por potencializar nada a minha saúde e pelo contrário, só piora. Mas como dizia a minha avó, se não se morre do mal, morre-se da cura, portanto mais vale fazer-se o que gostamos e pronto.
Correr no centro da cidade ainda tem mais outra particularidade gira: todo o macho latino adora ver uma rapariga nova a correr. Acham piada e têm de mandar umas boquinhas - é um instinto criado pela negligência dos pais na infância ou um abuso sexual na adolescência, eu sei lá - que claro que não são muito agradáveis. Principalmente quando essas pessoas não compreendem que eu estou a fazer um treino (eu bem gostava de acordar de manhã a la Forrest Gump e decidir que vou correr os EUA inteiros sem me cansar, mas infelizmente não consigo. Tenho de fazer treinos que alguém que percebe do assunto estipulou que conjugam determinados números de km, de velocidades, de pausas, de aquecimentos e alongamentos, que feitos regularmente permitem uma evolução suave e estimulante) e portanto quando eu paro para fazer 1 minuto de caminhada de pausa a que tenho direito, mandam a boca do "não páres, vá, continua" - oh pessoas mas vocês não têm mais nada com que se preocupar? Valha-me a nossa Senhora dos fones e dos leitores de mp3, é o que eu vos tenho a dizer.
O chapéu
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Maria Amêndoa
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
à(s) 06:55 1 micoses Etiquetas: Só porque sim
A rapariga chegou perto deles. Trazia agora um chapéu.
"Mas de onde vem esse chapéu?"
"Alguém deixou ali numa espreguiçadeira".
100% papel. De uma marca cara. Estiloso como um carro topo de gama.
Todos o quiseram experimentar. Viram-se ao espelho, tiraram selfies, fizeram acrobacias, gargalharam.
Os rapazes tentaram convencê-la que o chapéu era masculino para ficarem com ele, mas não a demoveram.
O chapéu era ridiculamente giro. Era o toque que rematava qualquer look de Verão. E era a alegria de mais um dia de trabalho monótono na vida daquelas pessoas.
"Mas de onde vem esse chapéu?"
"Alguém deixou ali numa espreguiçadeira".
100% papel. De uma marca cara. Estiloso como um carro topo de gama.
Todos o quiseram experimentar. Viram-se ao espelho, tiraram selfies, fizeram acrobacias, gargalharam.
Os rapazes tentaram convencê-la que o chapéu era masculino para ficarem com ele, mas não a demoveram.
O chapéu era ridiculamente giro. Era o toque que rematava qualquer look de Verão. E era a alegria de mais um dia de trabalho monótono na vida daquelas pessoas.
Parar.
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Maria Amêndoa
sexta-feira, 31 de julho de 2015
à(s) 14:20 2 micoses Etiquetas: epifanias, Só porque sim
Vi há dias uma entrevista com a Capicua e o Ricardo Araújo Pereira (já agora vejam vocês também, já que o trabalho destas duas pessoas significantes merece ser divulgado) em que a primeira diz que deixou o graffiti e não tenciona voltar porque, tal como o rap, o graffiti é uma actividade em que quando se pára uma vez, é difícil voltar. Comparou ainda ao acto de tocar um instrumento dando o exemplo de que se um músico parar durante um ano, dois anos, três anos, quando voltar a tocar já não vai voltar a tocar como antes.
Lembrei-me imediatamente no meu blog.
Felizmente esta entrevista também serviu de desculpa assunto para voltar.
(Se calhar é por isso que este blog nunca melhora muito de qualidade. Páro tantas vezes que acabo por nunca consigo evoluir muito).
Do medo do tempo
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Maria Amêndoa
terça-feira, 30 de junho de 2015
à(s) 04:39 0 micoses Etiquetas: Só porque sim
Nunca tive medo de nada. Não tenho medo de qualquer tipo de animal, nem de andar sozinha na rua à noite ou sequer medo de morrer. A única coisa de que eu tenho realmente medo, é do tempo.
Dizem que o tempo cura tudo. Mas então para que cure, é preciso de ele exista. E o meu medo é essencialmente que ele não exista em quantidade suficiente.
O tempo não é tangível. Apesar de as pessoas fingirem que é, recorrendo a calendários e relógios para planear as suas vidas e fingirem que o tempo é seu aliado, o tempo não se mede. Nunca se sabe se realmente as duas horas que temos para acabar um trabalho vão ser duas horas. Ou se o tempo nos trai e afinal é mais curto do que precisamos.
E quanto menor o espaço temporal, pior. Não sou adepta de frases feitas, mas sempre gostei de uma que diz algo como "os anos não custam a passar, o que custa são os momentos". Os momentos são o que realmente estraga tudo. Conseguem imaginar como seria tão agradável o passar dos anos sem serem aqueles momentos que estragam tudo? O momento em que temos um acidente de viação que nos torna paralíticos para sempre. O momento em que temos uma branca no meio do teste e nos vai chumbar à cadeira. O momento em que dizemos o que não devemos ao nosso patrão e somos despedidos. O momento em que não dizemos o que devíamos dizer, e afinal era a nossa última oportunidade para nos despedir-mos dela...
São meras fracções de segundo. Meros tic-tacs de um relógio. Que mudam tudo. E o tempo simplesmente não pára. Continua sempre a alta velocidade, ignorando tudo o que acabou de nos acontecer. Não interessa se nos vamos arrepender para o resto da vida. Não interessa se vamos melhorar. O tempo não perdoa.
Não perdoa.
Dizem que o tempo cura tudo. Mas então para que cure, é preciso de ele exista. E o meu medo é essencialmente que ele não exista em quantidade suficiente.
O tempo não é tangível. Apesar de as pessoas fingirem que é, recorrendo a calendários e relógios para planear as suas vidas e fingirem que o tempo é seu aliado, o tempo não se mede. Nunca se sabe se realmente as duas horas que temos para acabar um trabalho vão ser duas horas. Ou se o tempo nos trai e afinal é mais curto do que precisamos.
E quanto menor o espaço temporal, pior. Não sou adepta de frases feitas, mas sempre gostei de uma que diz algo como "os anos não custam a passar, o que custa são os momentos". Os momentos são o que realmente estraga tudo. Conseguem imaginar como seria tão agradável o passar dos anos sem serem aqueles momentos que estragam tudo? O momento em que temos um acidente de viação que nos torna paralíticos para sempre. O momento em que temos uma branca no meio do teste e nos vai chumbar à cadeira. O momento em que dizemos o que não devemos ao nosso patrão e somos despedidos. O momento em que não dizemos o que devíamos dizer, e afinal era a nossa última oportunidade para nos despedir-mos dela...
São meras fracções de segundo. Meros tic-tacs de um relógio. Que mudam tudo. E o tempo simplesmente não pára. Continua sempre a alta velocidade, ignorando tudo o que acabou de nos acontecer. Não interessa se nos vamos arrepender para o resto da vida. Não interessa se vamos melhorar. O tempo não perdoa.
Não perdoa.
Sexo cinematográfico
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Maria Amêndoa
sexta-feira, 22 de maio de 2015
à(s) 14:46 1 micoses Etiquetas: epifanias, ler com sentido de humor
O sexo nos filmes é qualquer coisa de fantástico, não é? Acontece assim de repente, no meio da cozinha, numa casa de família onde vivem umas 10 pessoas mas ninguém acorda com a barulheira que se passa para ali, nem vai espreitar, nem interromper, nem nada.
E quando é assim no meio da piscina ou da banheira e qual falta de lubrificação qual quê, é assim à tonta e é tão bom para os dois? E quando até é na cama mas no final é só virar-se cada um para o seu lado, não há cá tirar o preservativo, não há cá cama suja com fluídos e suores, não há cá pessoas a terem de ir ao wc limpar-se, nem uma toalhita nem nada, é tudo naturalmente limpinho e mágico?
E no fim dormem sempre em conchinha. E o homem fica sempre no papel de big spoon - quando todos nós sabemos que na vida real os homens exigem sempre ser a little spoon alegando o empecilho do nosso cabelo lhes fazer comichão na cara (desculpas, desculpas).
O que nos vale é que o sexo na vida real também é bom, pois é?
E quando é assim no meio da piscina ou da banheira e qual falta de lubrificação qual quê, é assim à tonta e é tão bom para os dois? E quando até é na cama mas no final é só virar-se cada um para o seu lado, não há cá tirar o preservativo, não há cá cama suja com fluídos e suores, não há cá pessoas a terem de ir ao wc limpar-se, nem uma toalhita nem nada, é tudo naturalmente limpinho e mágico?
E no fim dormem sempre em conchinha. E o homem fica sempre no papel de big spoon - quando todos nós sabemos que na vida real os homens exigem sempre ser a little spoon alegando o empecilho do nosso cabelo lhes fazer comichão na cara (desculpas, desculpas).
O que nos vale é que o sexo na vida real também é bom, pois é?
Nos sapatos, como na vida
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Maria Amêndoa
sexta-feira, 15 de maio de 2015
à(s) 14:39 0 micoses Etiquetas: epifanias, ler com sentido de humor, Só porque sim
A procura pelo par perfeito é só uma. E estou a falar de pares amorosos e de pares de sapatos. Em simultâneo.
No amor, como nos sapatos, quando andamos à procura do par ideal, o que nos salta logo à vista são os mais bonitos. Ou mais vistosos, vá. Às vezes acabamos por pensar "se calhar isto é areia demais para o meu camião com um salto tão alto ainda faço é uma entorse" e acabamos por nem experimentar. Optamos antes por tentar a nossa sorte com um par que tenha também o seu charme, mas que seja mais adequado ao nosso estilo pessoal. E esta tarefa não é nada fácil, amigos. Porque depois não há o nosso número, ou só há em camel e nós preferíamos em preto, ou a senhora à nossa frente levou o último par... É uma massada.
Nem sempre o par perfeito fica na primeira loja (discoteca) em que entramos. Por vezes, há que fazer uma autêntica romaria. E quantas vezes não acabamos por descobrir que afinal o par que queríamos era mesmo aquele que estava na primeira sapataria em que entrámos, porque depois de visitarmos 5 ou 6 nunca mais deixámos de pensar nele (apesar de na altura nem termos arriscado a experimentar porque não fomos com o padrão tigresa).
Eventualmente, chega sempre o dia em que acabamos por levar um par para casa. Durante dois ou três dias é a melhor coisa, é a novidade, toda a gente comenta. Mas depois nem sempre a vida continua a ser assim tão feliz, pelas mais diversas razões. Ou é porque afinal não tinha a qualidade que esperávamos nem chegam a durar até ao fim da estação, ou é porque passam de moda e no ano seguinte já não fazem sentido voltar a levar à rua, ou revelam-se tão desconfortáveis que só de pensar na sua existência já se nos dá um aperto nos pés. Ou ainda, last but least, apaixonamo-nos por eles durante bem mais tempo do que a sua duração. Usamo-los durante anos a fio e eles são tão confortáveis que nem nos vamos apercebendo que eles se estão a destruir a pouco e pouco de tanto uso. Ficam rotos, com linhas a saltar, as solas gastas e descoladas, e nós-nem-aí. Já toda a gente comenta porque raio é que somos tão belas e interessantes e ainda andamos com aquele par de sapatos velho e peçonhento. E nós tão ceguinhas de amor que nem nos apercebemos que aquele par já não é nada a nossa cara, já não é nada o nosso estilo, já não é nada daquilo que precisamos. Eventualmente também caímos na real e com muito choro e lágrimas acabamos por deixá-lo num contentor de roupa onde esperamos que possam vir a ter um dono (mais humilde) melhor.
E depois continua a nossa busca. A nossa eteeeeerna busca. Pelo par que é estiloso, intemporal e que dure até ao fim das vidas. E claro, que não nos faça sequer voltar a querer pensar em procurar por um novo.
No amor, como nos sapatos, quando andamos à procura do par ideal, o que nos salta logo à vista são os mais bonitos. Ou mais vistosos, vá. Às vezes acabamos por pensar "se calhar isto é areia demais para o meu camião com um salto tão alto ainda faço é uma entorse" e acabamos por nem experimentar. Optamos antes por tentar a nossa sorte com um par que tenha também o seu charme, mas que seja mais adequado ao nosso estilo pessoal. E esta tarefa não é nada fácil, amigos. Porque depois não há o nosso número, ou só há em camel e nós preferíamos em preto, ou a senhora à nossa frente levou o último par... É uma massada.
Nem sempre o par perfeito fica na primeira loja (discoteca) em que entramos. Por vezes, há que fazer uma autêntica romaria. E quantas vezes não acabamos por descobrir que afinal o par que queríamos era mesmo aquele que estava na primeira sapataria em que entrámos, porque depois de visitarmos 5 ou 6 nunca mais deixámos de pensar nele (apesar de na altura nem termos arriscado a experimentar porque não fomos com o padrão tigresa).
Eventualmente, chega sempre o dia em que acabamos por levar um par para casa. Durante dois ou três dias é a melhor coisa, é a novidade, toda a gente comenta. Mas depois nem sempre a vida continua a ser assim tão feliz, pelas mais diversas razões. Ou é porque afinal não tinha a qualidade que esperávamos nem chegam a durar até ao fim da estação, ou é porque passam de moda e no ano seguinte já não fazem sentido voltar a levar à rua, ou revelam-se tão desconfortáveis que só de pensar na sua existência já se nos dá um aperto nos pés. Ou ainda, last but least, apaixonamo-nos por eles durante bem mais tempo do que a sua duração. Usamo-los durante anos a fio e eles são tão confortáveis que nem nos vamos apercebendo que eles se estão a destruir a pouco e pouco de tanto uso. Ficam rotos, com linhas a saltar, as solas gastas e descoladas, e nós-nem-aí. Já toda a gente comenta porque raio é que somos tão belas e interessantes e ainda andamos com aquele par de sapatos velho e peçonhento. E nós tão ceguinhas de amor que nem nos apercebemos que aquele par já não é nada a nossa cara, já não é nada o nosso estilo, já não é nada daquilo que precisamos. Eventualmente também caímos na real e com muito choro e lágrimas acabamos por deixá-lo num contentor de roupa onde esperamos que possam vir a ter um dono (mais humilde) melhor.
E depois continua a nossa busca. A nossa eteeeeerna busca. Pelo par que é estiloso, intemporal e que dure até ao fim das vidas. E claro, que não nos faça sequer voltar a querer pensar em procurar por um novo.
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