O senhor das vending machines e a senhora das senhas

quinta-feira, 30 de maio de 2013

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 O senhor da máquina dos cafés e das comidas-de-porcaria lá da faculdade é extremamente simpático e sorridente.
 Faz manutenção das máquinas religiosamente todos os dias e é sempre bom apanhá-lo por lá. Porque nos devolve sempre dinheiro que tenha ficado encravado na máquina, ou troca-nos uma nota por moedas. Ou nem que seja só pelo sorriso que  - caramba! coisa mais rara hoje em dia - dá gosto de receber um sorriso de vez em quando. 
 Uma pessoa até se esquece que o senhor passa os dias a fazer o trabalho mais desinteressante do planeta - quem é que sonha ter como profissão fazer a manutenção de vending machines?
 O inverso deste senhor é claramente a senhora das senhas. Sempre de cara trancada que nem uma gárgula e sempre pronta a complicar-nos a vida. De vez em quando lembra-se de pedir o cartão de estudante - que nunca se sabe quando é que há um terrorista a fazer-se passar por aluno-que-vai-almoçar-à-cantina. E nunca deixa vender mais do que uma senha por pessoa. Se quiseres almoçar duas vezes não podes. Morre à fome, quer lá ela saber. Acredito que todos nós ansiamos pelo dia em que ela se reforme e todos tememos o dia em que ele o faça.
  Não faço ideia do nome do senhor, nem a idade, nem o clube de futebol, nem a sua fé religiosa. Mas sei que se um dia me dessem a notícia do seu falecimento eu ficaria tão triste como se me morresse um familiar.
 E sempre que a senhora das senhas precisa de moedas para o troco, o senhor das vending machines destroca-lho de boa vontade com o mesmo sorriso na cara que tem para toda a gente. Um destes dias apanhei-a a devolver-lhe um meio sorriso. E fiquei contente em saber que às vezes os sorrisos até ganham às carrancas.

Horóscopos

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

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Adoro astrologia.
Primeiro porque me faz rir. Rio-me muito mais com o programa da Maya do que com o twitter do Nilton.
Segundo, porque me resolve muitos problemas do dia-a-dia. Problemas chatos. Daqueles do "o que é que hei-de vestir hoje"? Se o horóscopo me diz que a cor do dia é o vermelho, vai de usar vermelho. Não é com o objectivo de que o dia me vá correr bem, nada disso. É mesmo com o objectivo de poupar  fosfolípidos consumíveis do meu cérebro a essas escolhas praticamente inúteis e supérfluas do "que raio hei-de eu vestir?". (As fashion bloggers que me perdoem à blasfémia que acabei de dizer - e certamente que perdoam porque tenho a certeza que nenhuma delas lê o meu blog).
 Outra coisa útil no horóscopo são os conselhos de saúde. Tá na cara que são conselhos random, mas é sempre bom lembrarem-nos que temos de fazer exercício físico e que tá na altura de fazer análises. É útil. É serviço público. Os telejornais é que deviam fazer isto e não fazem.
 Só a parte dos conselhos amorosos é que é inútil mas pronto, até é engraçado. É como as partes de sexo explícito na maioria dos filmes. Não há necessidade nenhuma de mostrarem tanta carne e tanto fornicanço. Mas a malta até gosta de ver pelo guilty pleasure e pelas mamas da protagonista.
 E não pensem que eu não acredito nestas coisas. Acredito, sim senhor. Comecei a acreditar no horóscopo desde que conheci um rapaz que nasceu no mesmo dia que o seu pai e ambos têm um espaço enorme entre os dois dentes superiores da frente. Ora, se nasceram no mesmo dia, então têm o mesmo signo. Claramente que é devido a Marte estar sob a influência de Júpiter (ou outros planetas quaisquer estarem sob a influência de outros planetas quaisquer) que influenciou a dentição deles e fez com que eles nascessem com grandes balizas. Uma espécie de magia.
 Um dia destes também vos explico porque é que acredito em unicórnios.

My name is Jones, Bridget Jones

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

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 Olha, está a chover. Bolas.
 Voltar pra trás para ir ver do guarda-chuva.
 Olha-me isto, tinha deixado a porta da entrada aberta. Há males quem vêm por bem, afinal.
 E o guarda-chuva onde é que andará?
 Ah é verdade, perdi-o.
 Mas ainda há por aí uma daquela sobrinhas merdosas que se viram todas com o vento... Onde anda ela?
 Não tá aqui... Não tá aqui... Não tá aqui...
 OMG JÁ SÃO 12H30?
 Aparece, maldita sombrinha...
 Mas queres ver que eu já a tinha posto dentro da mochila ontem?
 Olha pois está... Boa, Mary...
 Vá, vamos embora.
 Mas agora toca de trancar bem a porta com as voltas todas pra ficar bem fechada.
 Ainda chove mais do que há bocado? Ai mãe...
 Oh, estúpidaaaa, tirei a sombrinha da mochila e deixei-a dentro de casa.
 Voltar pra trás, masé.
 Cinco anos pra abrir a porta que foi trancada com as voltas todas.
 Com isto já são 12h45... Vamos embora.
 Olha boa.
 Entretanto parou de chover.

É.

sábado, 19 de janeiro de 2013

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Ser estudante universitário é difícil.
Ser estudante universitário no IST ainda é pior.
Ser estudante universitário do IST que vive sozinho é uma missão impossível.
Ser estudante universitário do IST que vive sozinho e está em de época de exames é isto:

 -  É acabar a primeira fase da época de exames e dormir durante 14horas pra repôr os sonos perdidos nas noitadas alimentadas a red bull e snickers, enquanto todos os outros se queixam que não dormiram nada por causa do temporal.
- É passar o dia de pijama, não por motivos de preguiça, mas por já não ter roupa para vestir, porque a roupa se foi acumulando durante as semanas e quando finalmente houve tempo para a lavar, há um temporal apocalíptico lá fora e não há forma de a secar.
 - É reparar que as últimas quatro refeições foram ovos.
 - É ter a dispensa quase vazia e os últimos alimentos sobrantes estarem bolorentos e fora do prazo. E, consequentemente, abrir o congelador, encontras uma caixa de douradinhos congelados e fazer uma "happy dance".

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

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Quando eu for presidente da república - coisa que não tarda muito, já sou maior de idade, portanto, é pra breve - vou implementar o desenvolvimento de uma sociedade dupla.
 A ideia é que possa coexistir com a sociedade tal e qual como a conhecemos hoje, uma outra forma de vida baseada num horário pós-laboral.
 Isto porque se vivemos numa sociedade em que a maioria das pessoas tem o tradicional horário das 9h-18h, o mesmo horário que têm grande parte das bibliotecas, museus, lojas, bancos, etc. o que torna quase impossível uma pessoa poder usufruir destes serviços.

 As vantagens da existência desta sociedade alternativa passam por:

 1 - Evita-se o cultivo do chamado "coçar os tomates". Existiriam muito mais alternativas para passar o fim do dia ou o serão. Consequentemente, despertavam-se novos interesses.

 2 - Aumento do número de postos de trabalho. Por questões óbvias.

 3 - Animação do comércio local, que toda a gente sabe que anda na mó de baixo. E não admira, se as lojas fecham às 19h e os centros comerciais ficam abertos até à 00h.

 4 - Benefícios para os estudantes. É no final da tarde e durante a noite que a maioria dos estudantes estuda - tendo em conta que durante o dia estão em aulas. Infelizmente, durante essa altura, tirando espaços inseridos dentro das próprias faculdades, as bibliotecas encontram-se encerradas.

 5 - Diminuía-se a fila da Segurança Social. Ah pois meus amigos, isto de abrir os museus em horário pós-laboral é uma ideia muito bonita mas o que dava mesmo jeito era a Segurança Social e o Centro de Desemprego abertos pelo menos das 20h-00h. E se não for pedir muito, os serviços académicos das faculdades também.

 Esta sub-sociedade  seria constituída maioritariamente por uma população jovem e de meia idade. A oferta de serviços disponível durante o dia não pode ser por isso muito reduzida, pois a nossa  população maioritariamente envelhecida continuará a poder e querer tratar dos seus afazares durante o dia.



A síndrome da vitimização universitária

sábado, 15 de dezembro de 2012

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  Síndrome da vitimização universitária é o nome de uma patologia de que sofrem grande parte dos estudantes do ensino universitário, a qual consiste numa intensa sensação de que:
 1. O seu curso é o mais difícil de todos os cursos;
 2. A sua universidade é a mais exigente de todas;
 3. Os testes/frequências/exames/projectos do seu presente ano lectivo são sempre mais difíceis do que foram nos anos anteriores;
 4. Os docentes que ficam a cargo da docência das suas cadeiras no presente ano lectivo são sempre os mais exigentes, os que esclarecem menos dúvidas e os que explicam a matéria de pior forma;
 5. Os horários do presente ano lectivo são os piores, quer dentro do seu curso, quer dentro da sua faculdade, quer dentro de todo o universo académico;
 6. As raparigas que entram no seu ano lectivo são feias

Esta síndrome afecta alunos de ambos os sexos, de todas as raças, de todas as classes sociais, do ensino público e privado, universitário e politécnico, desde o aluno de Marketing do politécnico de Abrantes ao aluno de Matemática Aplicada e Computação no IST.
 Se sofre desta doença, recomendo-lhe então que se conduzir não beba e use sempre preservativo. Para mais informações consulte o seu psiquitatra ou farmacêutico.

Futebol metafórico

domingo, 25 de março de 2012

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 Numa relação, cada pessoa desempenha o papel de um árbitro e de jogar simultaneamente.
 À medida que o jogo avança, será natural que o jogador a ser avaliado vá cometendo algumas faltas. Qualquer jogador, por mais experiente, determinado e empenhado que seja nunca será perfeito, e ouvirá sempre um apito do árbitro de vez em quando.
 Como nem sempre as coisas correm bem, eventualmente o jogador poderá cometer uma penalidade mais grave, que o fará receber um cartão amarelo. E aí está avisado. À próxima asneira do mesmo nível, é expulso do jogo. E a penalidade pode ser tamanha a ponto de um cartão vermelho o expulsar  do campo imediatamente.
 A sustentabilidade de uma relação acaba por não depender apenas do desempenho do jogador, mas também do árbitro. Já se sabe que há árbitros que seguem a lei à risca, e há aqueles que fecham facilmente os olhos a muita coisa...
 Mesmo assim, se um jogador leva um cartão amarelo no futebol real, o árbitro não se fixa nesse ponto, e deixa o jogo prosseguir da mesma forma. Agora no futebol metafórico... Seguido a um cartão amarelo, o jogo já não corre da mesma maneira. O árbitro redobra a sua atenção aos movimentos em campo e fica, de certa forma, à espera, de ter de atribuir o próximo cartão amarelo, o qual, já se sabe, é definitivo. E vulgarmente simboliza não só a saída do jogador, mas também que este não voltará a jogar por tempo indeterminado ou infinito.

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