Estudo bento

terça-feira, 18 de junho de 2013

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 Ainda sobre a sala de estudos da paróquia. Até tem excelentes condições de estudo. O pequeno senão são algumas particularidades.
 Como o Cristo na cruz.
 Não há como não sentir espécie com o Cristo na cruz. Se nos sentamos atrás dele, sentimo-nos observados e sabemos perfeitamente que ele sabe que estamos no facebook em vez de estarmos a ler as sebentas. Se nos sentamos à frente dele ele não tira os olhos de cima nós. Mas é que NÃO TIRA mesmo. À medida que vamos avançando pela sala sentimos o peso dos seus olhos postos sobre nós, até que nos sentamos e ele lá continua de olhar fixo. É um horror.
 E depois à medida que os dias vão avançando vamos dando conta de que Deus existe mesmo. Tenho três acontecimentos que são provas incontestáveis da existência da santidade:

 1 - No outro dia, apareceu uma menina na sala de estudo com um outfit digno do Urban K Beach. Mini calções, bota de salto, cowgirl style. Sentou-se numa cadeira, a cadeira cedeu e ela deu um trabolhão no chão à frente de toda a gente. Claramente um sinal de Deus dizendo "vista-se como deve ser, tenha decência, sua badalhoca!"

 2 - Existe um fonte da riqueza naquele local. Fica no terraço, numa das mesas exteriores, a mais escondida de todas. Por três vezes lá fui, por três vezes lá encontrei moedas. Já vou num total de 5centimos e 5 pence amealhados ao todo. Só pode ser Deus a recompensar-nos por estarmos a estudar na sua presença.

3 - A maior prova de todas é esta: fui jantar, na mesa onde nascem moedas. Ganhei 3 cêntimos e voltei para dentro da sala de estudo. Qual não é o meu espanto quando descubro que, na minha ausência, um rapaz lindo de morrer se foi sentar na mesa onde deixei as minhas coisas? Se isto não foi uma dádiva dos céus, não sei o que será.

Diário de Bordo

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 São 12:22m.
 Já nem sei se é um dia de semana, se é fim-de-semana, se é feriado.
 Nesta altura do ano não distingo os dias pelo calendário, mas sim por objectivos de estudo. Hoje é dia de estudar 4 capítulos de Mecânica e Ondas. Amanhã é dia de fazer revisões. No dia seguinte é dia de estudar Cálculo II, e por aí fora.
 As manhãs são para estudar, as tardes são para estudar e os serões para estudar são. As refeições, espreitadelas nos blogs e redes sociais e um ou dois cigarros quando a alma fica mais deprimida constituem as pausas do estudo. Dirigir-me à cama para dormir 7horas por noite (ou 3h caso às 9h tenha  exame. Coisas que não se devem fazer, mas que eu faço porque sou uma jovem estudante e os jovens estudantes só fazem disparates) são só uma pausa mais prolongada dos estudos.
 Os amigos do secundário queixam-se dos exames nacionais. Alguns colegas da faculdade já estão de férias. Eu por aqui vou estando, não muito queixosa, repetindo para mim mesma "pior do que ser estudante do técnico, só mesmo não ser estudante do técnico".
 Tornei-me frequentadora assídua das salas de estudo de uma paróquia. Já conheço as caras dos outros clientes da casa, é como se fossemos amigos de longa data, tantas são as horas a frequentar o mesmo local. Mas nunca trocamos palavras. Não sei os nomes deles e deduzo que eles também não saibam o meu. Daqui a 2 semanas acaba-se tudo e é como se não tivessem existido.

Príncipes Anónimos

sexta-feira, 14 de junho de 2013

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 Há coisas nesta vida que me intrigam.
 Uma delas é como é que há pessoas que usam leggings com padrões.
 Outra é a letra da "Cinderela" do Carlos Paião.
 Aquela parte em que "Ele lá lhe disse a medo o meu nome é Pedro e o teu qual é?".
 O nome do príncipe da Cinderela era Pedro?
 É que eu nunca me lembro do nome de nenhum príncipe das histórias de encantar. Como é que se chamavam os príncipes da Branca de Neve, da Bela Adormecida, da Bela e o Monstro? A Pocahontas arranjou-se com um John Smith e a Jasmin com o Aladino mas nenhum desses tipos vinha da realeza. Não compreendo.
 Nas histórias de encantar os príncipes são todos uns convencidos, é isso? Não querem cá ser tratados pelo nome próprio, isso é coisa do povinho! Chamem-nos pelo título que assim é que se faz.
 Ou então... o príncipe é sempre o mesmo! É um príncipe malandro que roda por várias donzelas! Isso até faz algum sentido porque era mesmo assim que os príncipes agiam na altura. Sendo prometidos a uma princesa qualquer "feia e bexigosa" e depois iam mandar umas por fora com algum mulherio mais atraente.
 Eu nem sei.
 Algum psicanalista na sala que queira opinar sobre isto?

O melhor anticoncepcional

quarta-feira, 12 de junho de 2013

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O melhor anticoncepcional, e também o mais económico, é o espinafre.
Pode ser aplicado no sexo masculino e no sexo feminino.
Basta meia grama, colocada entre os dentes da frente e a eficácia é de 100%.

O que faz um engenheiro? - parte I

segunda-feira, 3 de junho de 2013

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 Adorava ver uma daquelas reportagens televisivas em que um repórter sai à rua de microfone em punho para filmar a resposta de vários transeuntes à mesma pergunta. E a pergunta seria "o que é que faz um engenheiro?".
 Você, ser que lê o meu blog: o que é que acha que faz um engenheiro?
 Tenho a sensação que a resposta da maioria das pessoas é "então um engenheiro faz... humm.... ahhhmmmmm... " (ou então "tipo, um engenheiro, tipo faz tipo cenas" caso a pessoa a responder seja sub 20).
 E não é de espantar que assim seja. Por duas principais razões:
 1 - Não é uma profissão quotidiana. Não precisamos dos serviços dos engenheiros de uma forma directa como precisamos dos serviços de um farmacêutico, de um médico, de um talhante ou de um professor.
 2 - Não é uma profissão "interessante". Ligamos a tv e vemos retratadas, em séries e filmes, vários tipos de profissões, de polícias a advogados, mas nunca engenheiros. Acho que o mais próximo disso acontecer foi a série "The Big Bang Theory", que retrata a vida de 4 nerds, um dos quais é engenheiro aerospacial. E mesmo assim, qualquer pessoa que tenha como única referência esta série ficará com a ideia de que um engenheiro é um mega nerd, que passa o dia a fazer operações matemáticas com símbolos estranhos e nos tempos livres participa num grupo de fãs do Star Wars.
 Por norma, os sites das faculdades informam acerca das saídas profissionais do curso. Mas, devido às 2 situações referidas anteriormente, isso não é uma grande ajuda. Digamos que dizer que as saídas profissionais de engenharia de ambiente são "empresas de prestação de serviços e de consultadoria" não nos ajuda muito a descortinar o que é o dia-a-dia de um engenheiro de ambiente. Ora então o senhor engenheiro acorda de manhã, lava os dentes, veste-se, dirige-se para o seu local de trabalho, que é uma empresa-de-prestação-de-serviços-e-de-consultadoria e... faz o quê? Senta-se numa secretária? Preenche papéis? Tem de se dirigir a algum lado? Usa computador? Faz contas? Pois.
 Consequências desta situação: fraca procura de cursos de engenharia pelos alunos de secundário e baixa percentagem de engenheiros formados. Não podemos esperar que as pessoas escolham tirar um curso que não sabem para que é que serve!
 Não consigo perceber como é que as faculdades de engenharia ainda não tomaram medidas no sentido de divulgar os seus cursos, enorme lacuna esta, nem como é que os próprios media não pegam nisto. Há projectos criados em Portugal (nem vou mais longe) tão mais interessantes do que qualquer Splash, Big Brother VIP, Morangos com Açúcar, etc e que ocupam tão pouco tempo de antena (ou nenhum).
 E é por estas e por outras que quando vejo um discurso político de apelo à produtividade do país, não posso deixar de soltar uma gargalhadinha de ironia.

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