Sexo cinematográfico

sexta-feira, 22 de maio de 2015

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 O sexo nos filmes é qualquer coisa de fantástico, não é? Acontece assim de repente, no meio da cozinha, numa casa de família onde vivem umas 10 pessoas mas ninguém acorda com a barulheira que se passa para ali, nem vai espreitar, nem interromper, nem nada.
 E quando é assim no meio da piscina ou da banheira e qual falta de lubrificação qual quê, é assim à tonta e é tão bom para os dois? E quando até é na cama mas no final é só virar-se cada um para o seu lado, não há cá tirar o preservativo, não há cá cama suja com fluídos e suores, não há cá pessoas a terem de ir ao wc limpar-se, nem uma toalhita nem nada, é tudo naturalmente limpinho e mágico?
 E no fim dormem sempre em conchinha. E o homem fica sempre no papel de big spoon - quando todos nós sabemos que na vida real os homens exigem sempre ser a little spoon alegando o empecilho do nosso cabelo lhes fazer comichão na cara (desculpas, desculpas).
 O que nos vale é que o sexo na vida real também é bom, pois é?

Nos sapatos, como na vida

sexta-feira, 15 de maio de 2015

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 A procura pelo par perfeito é só uma. E estou a falar de pares amorosos e de pares de sapatos. Em simultâneo.
 No amor, como nos sapatos, quando andamos à procura do par ideal, o que nos salta logo à vista são os mais bonitos. Ou mais vistosos, vá. Às vezes acabamos por pensar "se calhar isto é areia demais para o meu camião com um salto tão alto ainda faço é uma entorse" e acabamos por nem experimentar. Optamos antes por tentar a nossa sorte com um par que tenha também o seu charme, mas que seja mais adequado ao nosso estilo pessoal. E esta tarefa não é nada fácil, amigos. Porque depois não há o nosso número, ou só há em camel e nós preferíamos em preto, ou a senhora à nossa frente levou o último par... É uma massada.
 Nem sempre o par perfeito fica na primeira loja (discoteca) em que entramos. Por vezes, há que fazer uma autêntica romaria. E quantas vezes não acabamos por descobrir que afinal o par que queríamos era mesmo aquele que estava na primeira sapataria em que entrámos, porque depois de visitarmos 5 ou 6 nunca mais deixámos de pensar nele (apesar de na altura nem termos arriscado a experimentar porque não fomos com o padrão tigresa).
 Eventualmente, chega sempre o dia em que acabamos por levar um par para casa. Durante dois ou três dias é a melhor coisa, é a novidade, toda a gente comenta. Mas depois nem sempre a vida continua a ser assim tão feliz, pelas mais diversas razões. Ou é porque afinal não tinha a qualidade que esperávamos nem chegam a durar até ao fim da estação, ou é porque passam de moda e no ano seguinte já não fazem sentido voltar a levar à rua, ou revelam-se tão desconfortáveis que só de pensar na sua existência já se nos dá um aperto nos pés. Ou ainda, last but least, apaixonamo-nos por eles durante bem mais tempo do que a sua duração. Usamo-los durante anos a fio e eles são tão confortáveis que nem nos vamos apercebendo que eles se estão a destruir a pouco e pouco de tanto uso. Ficam rotos, com linhas a saltar, as solas gastas e descoladas, e nós-nem-aí. Já toda a gente comenta porque raio é que somos tão belas e interessantes e ainda andamos com aquele par de sapatos velho e peçonhento. E nós tão ceguinhas de amor que nem nos apercebemos que aquele par já não é nada a nossa cara, já não é nada o nosso estilo, já não é nada daquilo que precisamos. Eventualmente também caímos na real e com muito choro e lágrimas acabamos por deixá-lo num contentor de roupa onde esperamos que possam vir a ter um dono (mais humilde) melhor.
 E depois continua a nossa busca. A nossa eteeeeerna busca. Pelo par que é estiloso, intemporal e que dure até ao fim das vidas. E claro, que não nos faça sequer voltar a querer pensar em procurar por um novo.

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