Desabafos de uma corredeira

terça-feira, 25 de agosto de 2015

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 Mas que obcessão vem a ser essa de quererem dar-me folhetos e papéis enquanto eu estou a correr, senhores Testemunhas de Geová?

Isto não é um post anti-religião

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

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 É só pra dizer que acho a arte sacra feia e aborrecida.
 Consigo tolerar que me digam que Deus existe, que ir à igreja faz bem e etceteras desse género, mas não consigo aceitar um "esta igreja é mesmo bonita". Epah, não é. Parece tudo ter centenas de anos em cima, nunca gostei muito da cor dourada e ainda menos dela em enfeites rococó pelas paredes, acho simplesmente grotesco a figura do jovem esquelético todo partido espetado numa cruz e com cara de sofrimento, todas as imagens de santos parecem-me infelizes e cheios de dor, cheira a pó e a esquisito e as músicas... epah as músicas... tanta perseguição aos Black Sabbath, aos Rolling Stones, até à Lady Gaga se for preciso porque são todos satânicos e têm pactos com o diabo para fazerem sucesso no Mundo musical, mas depois esses cânticos cheios de repetitivos "Aleluia" e "Hosana" é o melhor que vocês conseguem? Isso não é um bocadinho dor de cotovelo?
 Eu faço parte daquele team que acha que a palavra "tradição" não é suficiente para argumentar a favor das touradas. Da mesma maneira também não acho que essa palavra consiga defender o porquê da igreja (neste caso em específico, a católica) ter parado no tempo, e há que tempo. Não devia ser preciso ser tão old-fashion para se manter a espiritualidade em dia.

Epah ta beeeeeeeem

domingo, 16 de agosto de 2015

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 Um dia hão-de mostrar-me onde é que está esse livro das regras universais da vida que dita que só os hábitos não saudáveis é que são aparazíveis. Que as saladas só surgiram para serem comidas por pessoas que querem emagrecer, que correr é uma chatice e que adormecer às 4h e acordar às 14h é o desejo universal de todos os mortais.
 Nada contra os estilos de vida não saudáveis, cada um faz o que quer com o corpinho que os seus pais Deus lhe deu. Mas eu também posso gostar de coisas só porque gosto delas e, por sorte, até são saudáveis, pois posso? Deixam-me? Vá, só uma vez por semana então?
 A minha colega de casa não pode chegar a casa e sentir um cheiro a peixe cozido que me vem logo abraçar, fazer festinhas na cabeça e gemer-me um "coitadinha" como se eu tivesse acabado de anunciar que tenho um cancro em estado terminal. Eu já tentei explicar que eu tenho mesmo vontade de comer peixe cozido. Que gosto. E que aquilo só faz sentido para mim se for acompanhado com bróculos. Já tentei explicar que, da mesma maneira que as pessoas salivam por pizza, eu às vezes também salivo por pizza, mas também salivo por peixe. E salivo MUITO por peixe. Gosto mais de peixe do que carne e sou feliz assim há muitos anos.
 Outro hábito estranho meu, pelos vistos, é gostar de acordar cedo para correr no Verão. "Mas tu estás de férias, aproveita mas é para ficar a dormir até ao meio dia!" Oh pessoas, eu gosto de correr, ponto final. Sempre gostei de fazer desporto, desde pequenina em que ainda era uma pirralha num tutu de ballet cor-de-rosa que havia aquela necessidade em mim de fazer qualquer coisa que me elevasse o ritmo cardíaco. Eu não acordo às 8h30m da manhã a pensar "bolas pah, lá vou eu ter de ir correr tão cedo mais um dia porque daqui a bocado está um calor que não se pode". Não. Nem um único dia. Passados alguns dias eu já acordo por mim mesma a essa hora. A sério.  É que as corridas até regularizam os sonos e fazem ter sono cedo, com qualidade, e acordar cedo. E para mim é das melhores sensações do Mundo. Correr faz-me sentir que consigo conquistar o Mundo inteiro. Gosto da sensação de estar a suar enquanto alongo os músculos depois de ter conquistado mais 1 km neste treino. E prefiro correr de manhã do que ao fim da tarde (no Verão só se pode correr muito cedo ou muito tarde) porque me faz mais sentido: fico com o dia todo livre para o que me apetecer fazer e  posso tomar um mega banho de manhã em vez de tomar dois banhos diários. E as manhãs têm outro encanto.
 A cereja no topo do bolo foi quando uma vez disse isto e alguém me disse "pois, quem critica esses hábitos é porque não sabe o que é comer sem engordar" - comer sem engordar? COMER SEM ENGORDAR? Mas eu alguma vez mencionei que gosto de comer saladas e que, caso a vida me permita, hei-de correr todos os dias até morrer, porque estou desconfortável com o meu corpo?
 Eu faço porque gosto. Ponto final. E não há nenhuma razão para além dessa. Da mesma forma que às vezes gosto de MacDonald's, da mesma forma que às vezes gosto de fazer uma noitada, é porque gosto. Sou uma abençoada por ter hábitos saudáveis por prazer, pois sou. Mas por favor, acreditem naquilo que vos digo.

A crise da recém-licenciatura

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

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" A crise da recém-licenciatura é um fenómeno que se manifesta frequentemente em indivíduos durante o período que antecede a conclusão do 1º grau de ensino superior ou os períodos após o mesmo (não confundir com depressão pós-licenciatura).
 O indivíduo contrai esta condição quando conclui que não faz ideia do que pretende fazer do seu futuro numa altura em que já deveria começar a procurar o seu primeiro emprego enquanto licenciado."
      as in "Grande Manual das Doenças dos Estudantes", por Maria Amêndoa.

Casórios

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

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 Domingo foi dia de casório. Já não ia a um há mais que séculos mas tenho ideia de ter pensado exactamente o mesmo que pensei neste último: os casamentos são a tradição mais medieval e bimbalhona que existe. Pelo menos em Portugal, não faço ideia como será a tradição noutras culturas (de facto devia pesquisar sobre isso).
 Nada contra o casamento em si. É um acto simbólico como qualquer outro. Mas todo o evento é tão... sei lá... tão "meh".
 Primeiro, os vestidos de noiva parecem-me sempre todos iguais. Eu tenho sempre de desejar as felicidades à noiva em vez de um típico "estás tão linda, que orgulho" porque me sinto a mentir. Os vestidos são sempre compridos, brancos e variam muito pouco entre alternativas de renda/brilhantes/com ou sem véu/um pouco mais branco ou um pouco mais pérola/com ou sem alças. Juro que quando vi a noiva achei que o vestido dela era igual ao que a minha irmã teve - o que duvido muito, mas eram dois vestidos branco/pérola/beige/cor-pastel-qualquer-a-remeter-para-uma-falsa-pureza, sem alças e com véu. Coisa mais aborrecida.
 Juro que se algum dia acontecer essa coisa que eu me casar - não, não me vou armar em coitadinha e queixar-me que vou ficar pra tia, estou muito bem, obrigado, mas casamento é outra conversa - eu vou de saia curta. A minha avó há-de achar uma vergonha ir de perna à mostra à igreja se calhar vai achar mais vergonha que o casamento nem seja pela igreja mas pronto mas não há-de haver viv'alma naquele casório que ache que o meu vestido era parecido com o da prima Verinha e, essencialmente, que não se lembre, que a Maria Amêndoa casou com vestido de saia curta.
 Depois outro problema que me faz ali grande confusão é a quantidade gigantesca de comida que se serve. Não gosto nada de ouvir as pessoas dizerem que a melhor parte dos casamentos é comer até rebentar, porque o casamento devia ser outra coisa e não me façam usar palavras fofinhas!
 E tirando isso, é tudo o resto: a chatice de receber a família toda em casa - os mais próximos é sempre bom, mas receber também os tios dos primos da madrinha da sobrinha da avó Zezinha e mais os primos da França e o caralho a quatro todos ali em casa a choramingar e a gemer "ai filha que tás tão linda" é para mim o filme de terror mais assustador alguma vez visto.
 E a segunda parte desse filme de terror é a parte de se ter de tirar mil fotografias em cada segundo. Impressão minha ou os casamentos só existem por causa do lobby fotográfico? Tiram-se fotos durante a manhã toda à noiva a vestir-se, e tiram-se fotos ainda em casa na recepção aos convidados, e depois é durante a missa toda, e depois é quando se assina o livro, e depois é à porta da igreja com as várias combinações de convidados possíveis, e depois é a ir para o copo d'água num carro chique alugado... Epah, que massada. Não conheço nenhum noivo que não se queixe de não ter aproveitado quase nada do seu casamento porque não podia estar 2 min sentado sem o chamarem para tirar fotografias. Eu sei que é um dia único com sorte, mas NÃO É PRECISO TAAAAANTO.
 E depois todas as tradições são iguais de casamento para casamento. É o tema do casamento, que se aplica às várias mesas dos convidados; é o bolo da noiva que é sempre branco, com andares, e com 2 miniaturas de noivos em cima; é o atirar do ramo da noiva às moças solteiras; é o Dj a passar os maiores clássicos do Martinho da Vila; e depois as modas do karaoke, do fogo de artifício, da demonstração de um powerpoint com fotos dos noivos desde bebés e uma música do Ed Sherran no fundo...
 E o que mais me irrita é que quando alguém se quiser armar em original, o seu casamento vai ser considerado uma porcaria. Porque o padrão é este, e a verdade é que o casamento é muito mais feito para as velhas da família que nos disseram que se não aprendessemos ponto de cruz nunca íamos arranjar marido a família e não para os noivos em si. E o que achariam as famílias se a noiva levasse um vestido roxo psicadélico?
 Pois.

sábado, 8 de agosto de 2015

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 - Quando vens cá a casa? Quero mostrar-te uma coisa no computador.
 - Quando vens tu sair comigo? Quero mostrar-te muitas coisas na vida real.

Das corridas

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

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 Eu adoro correr, adoro adoro adoro. Mas o facto de viver onde vivo (e ter o pouco tempo que tenho) desmoraliza demais as corridas.
 Primeiro porque, por alguma razão, Lisboa é a cidade das sete colinas. Ainda não encontrei um parque no meio da cidade que não me obrigasse a fazer corridas em inclinações que me fazem querer deitar os pulmões para o chão logo ali. 
 Saudosos são os tempos em que corria à beira-Tejo em Belém, mas agora que vivo mais longe não me compensa perder quase mais tempo no trânsito/transportes do que na corrida que faria no sítio. 
 Por exclusão de partes, lá corro eu então pelas ruas fora. O que também não me parece muito eficiente porque acho que o ar do centro da cidade que inalo com real intenção enquanto corro durante uma meia horita deve ser equivalente a fumar um maço de charutos. Fico a pensar que esta coisa das corridas se calhar não acaba por potencializar nada a minha saúde e pelo contrário, só piora.  Mas como dizia a minha avó, se não se morre do mal, morre-se da cura, portanto mais vale fazer-se o que gostamos e pronto. 
 Correr no centro da cidade ainda tem mais outra particularidade gira: todo o macho latino adora ver uma rapariga nova a correr. Acham piada e têm de mandar umas boquinhas - é um instinto criado pela negligência dos pais na infância ou um abuso sexual na adolescência, eu sei lá - que claro que não são muito agradáveis. Principalmente quando essas pessoas não compreendem que eu estou a fazer um treino (eu bem gostava de acordar de manhã a la Forrest Gump e decidir que vou correr os EUA inteiros sem me cansar, mas infelizmente não consigo. Tenho de fazer treinos que alguém que percebe do assunto estipulou que conjugam determinados números de km, de velocidades, de pausas, de aquecimentos e alongamentos, que feitos regularmente permitem uma evolução suave e estimulante) e portanto quando eu paro para fazer 1 minuto de caminhada de pausa a que tenho direito, mandam a boca do "não páres, vá, continua" - oh pessoas mas vocês não têm mais nada com que se preocupar? Valha-me a nossa Senhora dos fones e dos leitores de mp3, é o que eu vos tenho a dizer.

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O chapéu

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

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 A rapariga chegou perto deles. Trazia agora um chapéu.
 "Mas de onde vem esse chapéu?"
 "Alguém deixou ali numa espreguiçadeira".
 100% papel. De uma marca cara. Estiloso como um carro topo de gama.
  Todos o quiseram experimentar. Viram-se ao espelho, tiraram selfies, fizeram acrobacias, gargalharam.
  Os rapazes tentaram convencê-la que o chapéu era masculino para ficarem com ele, mas não a demoveram.
 O chapéu era ridiculamente giro. Era o toque que rematava qualquer look de Verão. E era a alegria de mais um dia de trabalho monótono na vida daquelas pessoas.

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