" A crise da recém-licenciatura é um fenómeno que se manifesta frequentemente em indivíduos durante o período que antecede a conclusão do 1º grau de ensino superior ou os períodos após o mesmo (não confundir com depressão pós-licenciatura).
O indivíduo contrai esta condição quando conclui que não faz ideia do que pretende fazer do seu futuro numa altura em que já deveria começar a procurar o seu primeiro emprego enquanto licenciado."
as in "Grande Manual das Doenças dos Estudantes", por Maria Amêndoa.
A crise da recém-licenciatura
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Maria Amêndoa
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
à(s) 15:44 2 micoses Etiquetas: epopeias de uma estudante de engenharia, ler com sentido de humorCasórios
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Maria Amêndoa
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
à(s) 15:31 1 micoses Etiquetas: ler com sentido de humor, Passem-me o megafone
Domingo foi dia de casório. Já não ia a um há mais que séculos mas tenho ideia de ter pensado exactamente o mesmo que pensei neste último: os casamentos são a tradição mais medieval e bimbalhona que existe. Pelo menos em Portugal, não faço ideia como será a tradição noutras culturas (de facto devia pesquisar sobre isso).
Nada contra o casamento em si. É um acto simbólico como qualquer outro. Mas todo o evento é tão... sei lá... tão "meh".
Primeiro, os vestidos de noiva parecem-me sempre todos iguais. Eu tenho sempre de desejar as felicidades à noiva em vez de um típico "estás tão linda, que orgulho" porque me sinto a mentir. Os vestidos são sempre compridos, brancos e variam muito pouco entre alternativas de renda/brilhantes/com ou sem véu/um pouco mais branco ou um pouco mais pérola/com ou sem alças. Juro que quando vi a noiva achei que o vestido dela era igual ao que a minha irmã teve - o que duvido muito, mas eram dois vestidos branco/pérola/beige/cor-pastel-qualquer-a-remeter-para-uma-falsa-pureza, sem alças e com véu. Coisa mais aborrecida.
Juro que se algum dia acontecer essa coisa que eu me casar - não, não me vou armar em coitadinha e queixar-me que vou ficar pra tia, estou muito bem, obrigado, mas casamento é outra conversa - eu vou de saia curta. A minha avó há-de achar uma vergonha ir de perna à mostra à igreja se calhar vai achar mais vergonha que o casamento nem seja pela igreja mas pronto mas não há-de haver viv'alma naquele casório que ache que o meu vestido era parecido com o da prima Verinha e, essencialmente, que não se lembre, que a Maria Amêndoa casou com vestido de saia curta.
Depois outro problema que me faz ali grande confusão é a quantidade gigantesca de comida que se serve. Não gosto nada de ouvir as pessoas dizerem que a melhor parte dos casamentos é comer até rebentar, porque o casamento devia ser outra coisa e não me façam usar palavras fofinhas!
E tirando isso, é tudo o resto: a chatice de receber a família toda em casa - os mais próximos é sempre bom, mas receber também os tios dos primos da madrinha da sobrinha da avó Zezinha e mais os primos da França e o caralho a quatro todos ali em casa a choramingar e a gemer "ai filha que tás tão linda" é para mim o filme de terror mais assustador alguma vez visto.
E a segunda parte desse filme de terror é a parte de se ter de tirar mil fotografias em cada segundo. Impressão minha ou os casamentos só existem por causa do lobby fotográfico? Tiram-se fotos durante a manhã toda à noiva a vestir-se, e tiram-se fotos ainda em casa na recepção aos convidados, e depois é durante a missa toda, e depois é quando se assina o livro, e depois é à porta da igreja com as várias combinações de convidados possíveis, e depois é a ir para o copo d'água num carro chique alugado... Epah, que massada. Não conheço nenhum noivo que não se queixe de não ter aproveitado quase nada do seu casamento porque não podia estar 2 min sentado sem o chamarem para tirar fotografias. Eu sei que é um dia únicocom sorte, mas NÃO É PRECISO TAAAAANTO.
E depois todas as tradições são iguais de casamento para casamento. É o tema do casamento, que se aplica às várias mesas dos convidados; é o bolo da noiva que é sempre branco, com andares, e com 2 miniaturas de noivos em cima; é o atirar do ramo da noiva às moças solteiras; é o Dj a passar os maiores clássicos do Martinho da Vila; e depois as modas do karaoke, do fogo de artifício, da demonstração de um powerpoint com fotos dos noivos desde bebés e uma música do Ed Sherran no fundo...
E o que mais me irrita é que quando alguém se quiser armar em original, o seu casamento vai ser considerado uma porcaria. Porque o padrão é este, e a verdade é que o casamento é muito mais feito paraas velhas da família que nos disseram que se não aprendessemos ponto de cruz nunca íamos arranjar marido a família e não para os noivos em si. E o que achariam as famílias se a noiva levasse um vestido roxo psicadélico?
Pois.
Nada contra o casamento em si. É um acto simbólico como qualquer outro. Mas todo o evento é tão... sei lá... tão "meh".
Primeiro, os vestidos de noiva parecem-me sempre todos iguais. Eu tenho sempre de desejar as felicidades à noiva em vez de um típico "estás tão linda, que orgulho" porque me sinto a mentir. Os vestidos são sempre compridos, brancos e variam muito pouco entre alternativas de renda/brilhantes/com ou sem véu/um pouco mais branco ou um pouco mais pérola/com ou sem alças. Juro que quando vi a noiva achei que o vestido dela era igual ao que a minha irmã teve - o que duvido muito, mas eram dois vestidos branco/pérola/beige/cor-pastel-qualquer-a-remeter-para-uma-falsa-pureza, sem alças e com véu. Coisa mais aborrecida.
Juro que se algum dia acontecer essa coisa que eu me casar - não, não me vou armar em coitadinha e queixar-me que vou ficar pra tia, estou muito bem, obrigado, mas casamento é outra conversa - eu vou de saia curta. A minha avó há-de achar uma vergonha ir de perna à mostra à igreja s
Depois outro problema que me faz ali grande confusão é a quantidade gigantesca de comida que se serve. Não gosto nada de ouvir as pessoas dizerem que a melhor parte dos casamentos é comer até rebentar, porque o casamento devia ser outra coisa e não me façam usar palavras fofinhas!
E tirando isso, é tudo o resto: a chatice de receber a família toda em casa - os mais próximos é sempre bom, mas receber também os tios dos primos da madrinha da sobrinha da avó Zezinha e mais os primos da França e o caralho a quatro todos ali em casa a choramingar e a gemer "ai filha que tás tão linda" é para mim o filme de terror mais assustador alguma vez visto.
E a segunda parte desse filme de terror é a parte de se ter de tirar mil fotografias em cada segundo. Impressão minha ou os casamentos só existem por causa do lobby fotográfico? Tiram-se fotos durante a manhã toda à noiva a vestir-se, e tiram-se fotos ainda em casa na recepção aos convidados, e depois é durante a missa toda, e depois é quando se assina o livro, e depois é à porta da igreja com as várias combinações de convidados possíveis, e depois é a ir para o copo d'água num carro chique alugado... Epah, que massada. Não conheço nenhum noivo que não se queixe de não ter aproveitado quase nada do seu casamento porque não podia estar 2 min sentado sem o chamarem para tirar fotografias. Eu sei que é um dia único
E depois todas as tradições são iguais de casamento para casamento. É o tema do casamento, que se aplica às várias mesas dos convidados; é o bolo da noiva que é sempre branco, com andares, e com 2 miniaturas de noivos em cima; é o atirar do ramo da noiva às moças solteiras; é o Dj a passar os maiores clássicos do Martinho da Vila; e depois as modas do karaoke, do fogo de artifício, da demonstração de um powerpoint com fotos dos noivos desde bebés e uma música do Ed Sherran no fundo...
E o que mais me irrita é que quando alguém se quiser armar em original, o seu casamento vai ser considerado uma porcaria. Porque o padrão é este, e a verdade é que o casamento é muito mais feito para
Pois.
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Maria Amêndoa
sábado, 8 de agosto de 2015
à(s) 08:04 2 micoses Etiquetas: fotografia gráfica- Quando vens cá a casa? Quero mostrar-te uma coisa no computador.
- Quando vens tu sair comigo? Quero mostrar-te muitas coisas na vida real.
Das corridas
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Maria Amêndoa
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
à(s) 07:05 1 micoses Etiquetas: Só porque simEu adoro correr, adoro adoro adoro. Mas o facto de viver onde vivo (e ter o pouco tempo que tenho) desmoraliza demais as corridas.
Primeiro porque, por alguma razão, Lisboa é a cidade das sete colinas. Ainda não encontrei um parque no meio da cidade que não me obrigasse a fazer corridas em inclinações que me fazem querer deitar os pulmões para o chão logo ali.
Saudosos são os tempos em que corria à beira-Tejo em Belém, mas agora que vivo mais longe não me compensa perder quase mais tempo no trânsito/transportes do que na corrida que faria no sítio.
Por exclusão de partes, lá corro eu então pelas ruas fora. O que também não me parece muito eficiente porque acho que o ar do centro da cidade que inalo com real intenção enquanto corro durante uma meia horita deve ser equivalente a fumar um maço de charutos. Fico a pensar que esta coisa das corridas se calhar não acaba por potencializar nada a minha saúde e pelo contrário, só piora. Mas como dizia a minha avó, se não se morre do mal, morre-se da cura, portanto mais vale fazer-se o que gostamos e pronto.
Correr no centro da cidade ainda tem mais outra particularidade gira: todo o macho latino adora ver uma rapariga nova a correr. Acham piada e têm de mandar umas boquinhas - é um instinto criado pela negligência dos pais na infância ou um abuso sexual na adolescência, eu sei lá - que claro que não são muito agradáveis. Principalmente quando essas pessoas não compreendem que eu estou a fazer um treino (eu bem gostava de acordar de manhã a la Forrest Gump e decidir que vou correr os EUA inteiros sem me cansar, mas infelizmente não consigo. Tenho de fazer treinos que alguém que percebe do assunto estipulou que conjugam determinados números de km, de velocidades, de pausas, de aquecimentos e alongamentos, que feitos regularmente permitem uma evolução suave e estimulante) e portanto quando eu paro para fazer 1 minuto de caminhada de pausa a que tenho direito, mandam a boca do "não páres, vá, continua" - oh pessoas mas vocês não têm mais nada com que se preocupar? Valha-me a nossa Senhora dos fones e dos leitores de mp3, é o que eu vos tenho a dizer.
O chapéu
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Maria Amêndoa
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
à(s) 06:55 1 micoses Etiquetas: Só porque sim
A rapariga chegou perto deles. Trazia agora um chapéu.
"Mas de onde vem esse chapéu?"
"Alguém deixou ali numa espreguiçadeira".
100% papel. De uma marca cara. Estiloso como um carro topo de gama.
Todos o quiseram experimentar. Viram-se ao espelho, tiraram selfies, fizeram acrobacias, gargalharam.
Os rapazes tentaram convencê-la que o chapéu era masculino para ficarem com ele, mas não a demoveram.
O chapéu era ridiculamente giro. Era o toque que rematava qualquer look de Verão. E era a alegria de mais um dia de trabalho monótono na vida daquelas pessoas.
"Mas de onde vem esse chapéu?"
"Alguém deixou ali numa espreguiçadeira".
100% papel. De uma marca cara. Estiloso como um carro topo de gama.
Todos o quiseram experimentar. Viram-se ao espelho, tiraram selfies, fizeram acrobacias, gargalharam.
Os rapazes tentaram convencê-la que o chapéu era masculino para ficarem com ele, mas não a demoveram.
O chapéu era ridiculamente giro. Era o toque que rematava qualquer look de Verão. E era a alegria de mais um dia de trabalho monótono na vida daquelas pessoas.
Parar.
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Maria Amêndoa
sexta-feira, 31 de julho de 2015
à(s) 14:20 2 micoses Etiquetas: epifanias, Só porque sim
Vi há dias uma entrevista com a Capicua e o Ricardo Araújo Pereira (já agora vejam vocês também, já que o trabalho destas duas pessoas significantes merece ser divulgado) em que a primeira diz que deixou o graffiti e não tenciona voltar porque, tal como o rap, o graffiti é uma actividade em que quando se pára uma vez, é difícil voltar. Comparou ainda ao acto de tocar um instrumento dando o exemplo de que se um músico parar durante um ano, dois anos, três anos, quando voltar a tocar já não vai voltar a tocar como antes.
Lembrei-me imediatamente no meu blog.
Felizmente esta entrevista também serviu de desculpa assunto para voltar.
(Se calhar é por isso que este blog nunca melhora muito de qualidade. Páro tantas vezes que acabo por nunca consigo evoluir muito).
Do medo do tempo
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Maria Amêndoa
terça-feira, 30 de junho de 2015
à(s) 04:39 0 micoses Etiquetas: Só porque sim
Nunca tive medo de nada. Não tenho medo de qualquer tipo de animal, nem de andar sozinha na rua à noite ou sequer medo de morrer. A única coisa de que eu tenho realmente medo, é do tempo.
Dizem que o tempo cura tudo. Mas então para que cure, é preciso de ele exista. E o meu medo é essencialmente que ele não exista em quantidade suficiente.
O tempo não é tangível. Apesar de as pessoas fingirem que é, recorrendo a calendários e relógios para planear as suas vidas e fingirem que o tempo é seu aliado, o tempo não se mede. Nunca se sabe se realmente as duas horas que temos para acabar um trabalho vão ser duas horas. Ou se o tempo nos trai e afinal é mais curto do que precisamos.
E quanto menor o espaço temporal, pior. Não sou adepta de frases feitas, mas sempre gostei de uma que diz algo como "os anos não custam a passar, o que custa são os momentos". Os momentos são o que realmente estraga tudo. Conseguem imaginar como seria tão agradável o passar dos anos sem serem aqueles momentos que estragam tudo? O momento em que temos um acidente de viação que nos torna paralíticos para sempre. O momento em que temos uma branca no meio do teste e nos vai chumbar à cadeira. O momento em que dizemos o que não devemos ao nosso patrão e somos despedidos. O momento em que não dizemos o que devíamos dizer, e afinal era a nossa última oportunidade para nos despedir-mos dela...
São meras fracções de segundo. Meros tic-tacs de um relógio. Que mudam tudo. E o tempo simplesmente não pára. Continua sempre a alta velocidade, ignorando tudo o que acabou de nos acontecer. Não interessa se nos vamos arrepender para o resto da vida. Não interessa se vamos melhorar. O tempo não perdoa.
Não perdoa.
Dizem que o tempo cura tudo. Mas então para que cure, é preciso de ele exista. E o meu medo é essencialmente que ele não exista em quantidade suficiente.
O tempo não é tangível. Apesar de as pessoas fingirem que é, recorrendo a calendários e relógios para planear as suas vidas e fingirem que o tempo é seu aliado, o tempo não se mede. Nunca se sabe se realmente as duas horas que temos para acabar um trabalho vão ser duas horas. Ou se o tempo nos trai e afinal é mais curto do que precisamos.
E quanto menor o espaço temporal, pior. Não sou adepta de frases feitas, mas sempre gostei de uma que diz algo como "os anos não custam a passar, o que custa são os momentos". Os momentos são o que realmente estraga tudo. Conseguem imaginar como seria tão agradável o passar dos anos sem serem aqueles momentos que estragam tudo? O momento em que temos um acidente de viação que nos torna paralíticos para sempre. O momento em que temos uma branca no meio do teste e nos vai chumbar à cadeira. O momento em que dizemos o que não devemos ao nosso patrão e somos despedidos. O momento em que não dizemos o que devíamos dizer, e afinal era a nossa última oportunidade para nos despedir-mos dela...
São meras fracções de segundo. Meros tic-tacs de um relógio. Que mudam tudo. E o tempo simplesmente não pára. Continua sempre a alta velocidade, ignorando tudo o que acabou de nos acontecer. Não interessa se nos vamos arrepender para o resto da vida. Não interessa se vamos melhorar. O tempo não perdoa.
Não perdoa.
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